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Volume 16, Número 2, junho de 2013

EDITORIALA confissão da CapesPlínio W. Prado Jr. O que garante a justiça de uma lei?Mesmo a lei mais justa no seu princípio, na sua letra e no seu espírito, pode engendrar a pior injustiça na prática. Basta que ela permita que se subsuma um caso particular que não é todavia da sua alçada, que não cai sob a sua jurisdição. Nesse instante ela estará causando um dano, prejulgando o caso e prejudicando-o ipso facto

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CONFERÊNCIAA dramática vida de um psiquiatra escritor que abandonou a psiquiatria, mas que a psiquiatria não o abandonou Héctor Pérez-Rincón Na extensa lista de médicos escritores (François Rabelais, Anton Chekov, Sir Arthur Conan Doyle, Pío Baroja, Mikhail Bulgakov, Axel Munthe, Louis Ferdinand Céline, Somerset Maugham, Carlo Levi, Bruno Estañol, João Guimarães Rosa etc., etc., etc.) existe um capítulo que poderia intitular-se “Os médicos que oscilaram entre a psiquiatria e a literatura”. Devemos destacar, entre esses, três exemplos paradigmáticos que têm em comum haver abandonado a psiquiatria pela literatura em algum momento de suas vidas: Jean Delay, António Lobo Antunes e Oscar Panizza.

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ARTIGOSMulher perversa? Rita Maria Manso de Barros e Ligia Gama e Silva Furtado de Mendonça Este artigo propõe discutir a existência de mulheres estruturalmente perversas a partir da teoria psicanalítica por meio das contribuições de Freud e Lacan. Inicialmente, ao estudar a perversão, há a dificuldade de isolá-la como uma estrutura específica distinguindo-a da psicose e da neurose devido à manifestação polimorfa-perversa da sexualidade humana. Entretanto, uma das questões mais discutidas é se há mulher na estrutura perversa, ou se ela é restrita apenas aos homens.

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Anorexia: “uma neurose paralela à melancolia”Flávia Coutinho Campos Cunha e Ângela Maria Resende Vorcaro Investiga-se a assertiva freudiana de que “a neurose nutricional paralela à melancolia é a anorexia”. Percorreremos a obra freudiana para construir o paralelo entre essas duas afecções. O conceito de narcisismo e o mecanismo de identificação fundamentarão essa aproximação desdobrada nos seguintes pontos: a anestesia sexual, a autodepreciação e o sadismo.

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Contribuições da fenomenologia de Edith Stein para a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Nara Helena Lopes Pereira da Silva e Cármen Lúcia Cardoso Este artigo propõe um diálogo entre fenomenologia clássica, psicologia e atenção primária à saúde mental, visando uma reflexão sobre a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família. Destaca a importância de concepções para além da patologia e do sofrimento, pautadas pelo respeito, pela liberdade, pela solidariedade e pela legitimação da singularidade e da comunidade como características inerentes ao ser humano.

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SAÚDE MENTALARTIGOOs tratamentos para usuários de drogas em instituições de saúde mental: perspectivas a partir da clínica psicanalítica Cynara Teixeira Ribeiro e Andréa Hortélio Fernandes O artigo analisa os tratamentos oferecidos aos usuários de drogas a partir da perspectiva psicanalítica. São explicitadas as especificidades da direção do tratamento na clínica das toxicomanias, enfocando os conceitos de sujeito, gozo e ética, elucidados através de fragmentos de casos clínicos. Conclui-se que a clínica psicanalítica contribui com estes tratamentos por possibilitar o reposicionamento subjetivo e outras formas de circunscrição de gozo.

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CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIAARTIGOSobre Edmund GurneyGerman E. Berrios O artigo que se segue é importante por ter redirecionado o estudo das alucinações para longe do contexto médico estreito que havia sido construído por Esquirol, Baillarger e Michéa (Berrios, 1996).1 A morte prematura de seu autor, um homem de Cambridge de raro talento, privou a epistemologia inglesa de um paladino importante.

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ENSAIOAlucinaçõesEdmund Gurney Podem as alucinações ser tratadas como uma classe particular de fenômenos, delimitada por características definitivas? Sem dúvida a resposta mais popular a essa pergunta seria positiva: sua característica distintiva seria uma espécie de falsa crença. Trata-se, no entanto, de um erro. Em muitos dos casos mais conhecidos de alucinação – como o de Nicolai, por exemplo – o percipiente possui em relação às imagens que vê ou às vozes que ouve não uma falsa crença, mas uma crença verdadeira, a saber, de que estas não correspondem a nenhuma realidade externa.

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PRIMEIROS PASSOSARTIGOUma solução mágica para a dor de viver: reflexões psicanalíticas sobre o consumo de analgésicos Mariana Magalhães do Carmo e Paulo José Carvalho da Silva Esta pesquisa analisa o olhar de dez alunos do último ano do curso de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo sobre um filme publicitário de uma marca de analgésico e a experiência particular de cada um referente à automedicação. Percebe-se que há uma reflexão sobre a automedicação no contexto social, porém quando se referem ao próprio uso do remédio, não demonstram buscar uma compreensão psicológica da dor. Pode-se constatar que, embora sejam formandos em Psicologia, eles tratam a própria dor como um desconforto orgânico e não como um sintoma de ordem psíquica.

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RESENHA DE LIVROSA anatomia da melancolia – A segunda partição – A cura da melancoliaRoberto Kirschbaum O terceiro volume da edição brasileira de A anatomia da Melancolia de Robert Burton traz a segunda partição da obra de 1621: “A cura da Melancolia”. O autor inicia admitindo que a melancolia é dificilmente curável, mas aponta, em seguida, que ela pode ser muito mitigada e abrandada, com a condição de que o doente “esteja disposto a ser auxiliado”.

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Clínica do Lebenswelt: psicoterapia e psicopatologia fenomenológicaAna Maria Lopez Calvo de Feijoo  Virgínia Moreira em Clínica do Lebenswelt: psicoterapia e psicopatologia fenomenológica, sabiamente, disponibilizou-se a homenagear, postumamente, Arthur Tatossian. A primeira parte do livro é toda dedicada aos escritos de Tatossian, alguns inéditos, os quais ele apresenta com clareza, simplicidade, sem perder o rigor e a profundidade de seus temas. Na segunda parte do livro, Virgínia Moreira e seus colaboradores retomam e enraízam, ainda mais, as discussões que Tatossian trouxe, com tamanha mestria, na primeira parte do livro.

PDFLEIA TAMBÉMINSTRUÇÕES AOS AUTORES

CAPA / COVERCapa: Teresa BerlinckImagem da Capa: Marcelo Amorim. Sem título, 2011 (da série Iniciação); óleo sobre tela. 80cm x 100cm.