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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 8, número 2, junho de 2005   SUMÁRIO / CONTENTS
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1. Um modelo para representar o “irrepresentado” na mente
Lazslo Antonio Ávila

O presente trabalho apresenta um esquema conceitual (modelo de Cambridge) que visa representar o processo de “construção” dos sintomas psicossomáticos. Através deste modelo, propõe-se um modo de compreensão dos estados subjetivos que não encontram tradução como concepções (representantes mentais) e, através de vias próprias, se materializam como sintomas corporais ou psicossomáticos. Assim se possibilita a descrição e compreensão das vias através das quais o processo terapêutico alcança efetividade e transformação dos estados mentais “irrepresentados”, que estão na base da constituição dos fenômenos psicossomáticos. Buscamos ainda articular essa compreensão com algumas das concepções de W. R. Bion, para que novas dimensões dessa questão pudessem ser alcançadas.

Palavras-chave: Psicossomática, modelo de Cambridge, sintomas, W.R. Bion

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2. A construção do caso clínico na internação psiquiátrica: uma direção para o plano terapêutico
Ademir Pacelli Ferreira

A construção do caso é aqui abordada em sua pluralidade prática na internação psiquiátrica. Inicia-se com a revisão sucinta da conceituação e da metodologia do caso clínico, seguindo-se com a construção e análise do caso, em que se afirma a sua importância na direção e encaminhamento do plano terapêutico. Finalmente, chama-se a atenção para a exigência de elaboração do momento da saída da internação para o sucesso da continuidade do tratamento externo.

Palavras-chave: Caso clínico, pluralidade, construção, internação,
reforma psiquiátrica

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3. Psicofarmacologia e análise existencial
Roland Kuhn

A psicofarmacologia e a análise existencial utilizam métodos de investigação científica e psiquiátrica diferentes, visando melhorar a prática psiquiátrica.
Supondo que cada um destes métodos seja reconhecido com sua característica própria, eles podem se complementar com sucesso.
A análise existencial permite una compreensão mais precisa das estruturas psicopatológicas essenciais das indicações terapêuticas das substâncias psicofarmacológicas. Os conhecimentos proporcionados pela análise existencial podem ser confirmados e verificados de forma quase experimental, mediante dados da psicofarmacologia. Conseqüentemente, é conveniente utilizar ambos os métodos simultaneamente e sempre manter os respectivos resultados em uma relação de reciprocidade efetiva.

Palavras-chave: Análise existencial, psicofarmacologia, psiquiatria

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4. Um estudo sobre a somatose infantil em paciente portador de leucemia
Aurélio Palmeiro da Fontoura Marcantonio

O presente estudo propõe-se a investigar as manifestações da somatose infantil em um menino com sete anos de idade, diagnosticado leucêmico aos três anos. Utilizamos o método psicanalítico de construção de caso. Encontramos, na história subjetiva dos participantes deste caso, a presença de formações do inconsciente e formações do objeto a, envolvidas no desencadeamento e no curso da doença.

Palavras-chave: Psicopatologia somatoforme, somatose infantil, leucemia infantil


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5. Os ingredientes da parentalidade
Marie Rose Moro

Não nascemos pais, tornamo-nos pais… A parentalidade se fabrica com ingredientes complexos. Alguns deles são coletivos, mudam com o tempo; outros são históricos, jurídicos, sociais e culturais. Outros são mais íntimos, privados, conscientes ou inconscientes, pertencem a cada um dos dois pais enquanto pessoas e enquanto futuros pais, ao casal, à própria história de cada um. Aqui se joga o que é transmitido e o que se esconde, os traumas infantis e a maneira pela qual cada um os cicatrizou. Resta uma outra série de fatores que pertencem à própria criança que transforma seus genitores em pais. Alguns bebês são mais bem dotados do que outros: alguns nascem em condições que tornam essa tarefa mais fácil, outros, por suas condições de nascimento (prematuridade, sofrimento neonatal, handicap físico ou psíquico…) devem vencer vários obstáculos e desenvolver estratégias múltiplas e custosas para entrar em relação com o adulto siderado. A partir da clínica trans-cultural este texto analisa esses diferentes níveis de construção e as modalidades terapêuticas possíveis, quando aparecem os percalços da parentalidade.

Palavras-chave: Parentalidade, bebê, interações pais-filhos, consultas terapêuticas, trans-cultural, etno-psicanálise

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6. Psicossomática: historicidade ou atualidade?
Rogério Robbe Quintella

Procuramos aqui abordar a questão da concepção de historicidade em psicanálise, em contraponto ao conceito de neurose “atual”, o qual serve de base para a teorização contemporânea em psicossomática. Realizamos uma revisão crítica da neurose atual, sob o prisma de uma aglutinação neurose atual–psiconeurose, concebendo historicidade e sexualidade articuladas ao nível da linguagem. Finalmente, sugerimos que a neurose atual deve ser abordada a partir desse nível, visto sua ligação com a psiconeurose, o que pode nos fornecer novas bases para pensarmos o fenômeno psicossomático.

Palavras-chave: Neurose atual, psiconeurose, historicidade, sexualidade, linguagem

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7. A construção do conceito de neurose (II). Nosologia e neurose
Jorge J. Saurí

O surgimento da idéia de “enfermidade nervosa” proporcionou à psiquiatria do Iluminismo a possibilidade de desenvolver-se numa direção mais concreta e positiva. Não obstante, o campo ainda era difuso, se bem que a obra dos nosólogos ia organizando e discriminando afecções com perfis mais claros. A intenção de levar tal clareza para o terreno das enfermidades nervosas levou W. Cullen a agrupar esses transtornos na classe “neurose”. Utilizou-se para isso do procedimento nosológico em voga na época.

Palavras-chave: História da psiquiatria, nosologia, neurose

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Saúde Mental

Responsabilidade e Reforma Psiquiátrica Brasileira: sobre a relação entre saberes e políticas no campo da saúde mental
Martinho B. B. Silva

Este texto visa delinear a relação entre saberes e políticas no campo da saúde mental. Discursos como a “tomada de responsabilidade do serviço pelo território”, o “aumento da responsabilidade do profissional pelo processo de trabalho” e a “possibilidade do sujeito advir como responsável por sua própria condição” são veiculados por diferentes disciplinas, como a psicanálise, a saúde pública e a análise institucional. Esses discursos se conjugam a um momento sócio-histórico particular no Brasil. Acredita-se que a descentralização, preconizada pelas políticas públicas de saúde, desencadeia um processo de “transferência de responsabilidades para unidades locais com concentração de poder em nível central”.

Palavras-chave: Responsabilidade, saúde mental, formação profissional, políticas públicas de saúde

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Observando a Medicina

A crítica à Reforma Psiquiátrica, da sua implantação e de seus fundamentos: os argumentos de Valentim Gentil

Entrevista  a Mônica Teixeira

O tema Reforma Psiquiátrica, e sua implantação nos serviços de Saúde Pública, tem sido tratado por esta Revista com regularidade. A seção “Observando a Medicina” também deu atenção ao assunto quando, em dezembro de 2003, publicou a entrevista da psicanalista Mirsa Dellosi, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Nesta edição, quem toma a palavra para falar sobre o modelo de atenção à saúde mental proposto pela Reforma é o doutor em psiquiatria Valentim Gentil, um seu apaixonado opositor. 

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Observando a Psiquiatria

Estabilidade estrutural e psiquiatria

Fernando Portela Câmara

O ideal de uma classificação psiquiátrica é estabelecer uma linguagem comum a quaisquer psiquiatras em qualquer parte do mundo, por meio da qual possa, se comunicar de forma uniforme e inequívoca, descrevendo os fenômenos psiquiátricos sem o viés das diferentes culturas. Para tal, usam-se instrumentos de pesquisa validados para o uso internacional, e análise estatística rigorosa.

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História da Psiquiatria

“Gentes provindas de outras terras” – ciência psiquiátrica, imigração e nação brasileira
Ana Teresa A. Venâncio e Cristiana Facchinetti

Publicado em 1925, o texto de Juliano Moreira que ora apresentamos discute o problema da imigração e sua relação com a constituição mental dos brasileiros. Nosso artigo analisa o contexto em que o artigo foi escrito para demonstrar as relações do processo de consolidação da psiquiatria brasileira com o conjunto de idéias e práticas relativas aos destinos do país.

Palavras-chave: Imigração, nação, psiquiatria, história, Brasil

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Juliano Moreira

A seleção individual de imigrantes no programa de higiene mental

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Resenha de Livros


Iliana Horta Warchavchik, Luciana Saddi e Magda Guimarães Khouri
Pesquisando com o método psicanalítico


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Clarissa de Rosalmeida Dantas
Disembodied spirits and deanimated bodies. The psychopathology of common sense


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