Revistas > Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental > Diretrizes Éticas para a Avaliação por Pares

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental

Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental

Diretrizes éticas para a avaliação por pares

A avaliação por pares desempenha um importante papel na garantia da integridade dos registros acadêmicos. O processo depende em grande medida de um vínculo de confiança e requer que todas as partes envolvidas ajam de forma ética e responsável. Os pareceristas, cuja posição na análise por pares é central e delicada, frequentemente desconhecem suas obrigações éticas e não dispõem de nenhum tipo de orientação nesse sentido. Estas Diretrizes Éticas para a Avaliação por Pares da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (RLPF) estabelecem normas e princípios básicos aos quais todos os pareceristas devem aderir durante o processo de avaliação por pares.

Elas foram formuladas tendo por base informações formuladas pela World Association of Medical Editors (WAME) e pelo Committee of Publications Ethics (COPE).

Princípios básicos para a condução da avaliação por pares

O comentarista externo deve, antes de tudo, levar em conta que o conhecimento científico é uma formação social e que seu valioso trabalho visa o aperfeiçoamento do texto sob avaliação e, só no limite, a recusa da publicação.

O comentarista externo deve:

– Respeitar o caráter confidencial da avaliação e não revelar nenhum detalhe sobre o artigo ou sobre sua análise durante ou após o processo de avaliação, além daquilo que será publicado.

– Não fazer uso de informações obtidas durante o processo de avaliação por pares em benefício próprio ou de outra pessoa ou organização, bem como para descrédito ou prejuízo de outrem.

– Avaliar apenas artigos sobre cujos temas dispõe do conhecimento necessário para conduzir uma avaliação adequada e com os quais pode comprometer-se a realizar o trabalho dentro de um prazo razoável.

– Declarar todos os conflitos de interesse em potencial, consultando o Editor Responsável da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental caso haja dúvidas sobre a relevância de determinado(s) conflito(s).

– Garantir que a avaliação não seja influenciada pela origem do artigo, nacionalidade, religião, convicções políticas e ideológicas, gênero ou outras características do autor, bem como por considerações econômicas.

– Ser objetivo e construtivo nas avaliações, abstendo-se de posturas hostis ou inflamadas e de comentários pessoais difamatórios ou depreciativos.

– Reconhecer que a avaliação por pares consiste, em grande parte, em um trabalho recíproco e comprometer-se a realizar sua parte da tarefa em tempo hábil.

– Fornecer informações pessoais e profissionais precisas e honestas quanto à sua experiência e campo de conhecimento ao introduzir ou atualizar dados no periódico.

O comentarista externo no processo de avaliação por pares

Ao receber o convite para avaliar um artigo, o comentarista externo deve:

– Responder sem atraso desnecessário ou intencional.

– Declinar da tarefa caso não se sinta capaz de realizar uma avaliação informada, justa e imparcial.

– Declarar caso considere não ter o domínio necessário do tema para realizar a avaliação. Caso seja capaz de avaliar apenas parte do material, delinear claramente em quais áreas considera-se apto a realizar a tarefa.

– Comprometer-se com a avaliação do artigo somente se tiver segurança de poder entregá-la dentro do prazo estipulado.

– Assegurar-se que sugestões para pareceristas alternativos devem ter como critério a adequação, não devendo ser influenciadas por considerações pessoais ou pela intenção de obter um resultado específico para o artigo (seja positivo ou negativo).

– Declarar quaisquer interesses conflitantes ou concorrentes (que podem ser, por exemplo, pessoais, econômicos, profissionais, políticos, ideológicos ou religiosos), consultando o Editor Responsável da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental em casos de dúvidas sobre a relevância de determinado conflito.

– Seguir a política da RLPF quanto a incompatibilidades na avaliação por pares.

– Se nenhuma orientação sobre incompatibilidades for fornecida, não aceitar, de modo geral, avaliar trabalhos de autores que façam parte do mesmo departamento ou da mesma instituição do comentarista externo (incluindo casos em que o comentarista externo estiver esperando ou se candidatando a uma vaga na instituição).

– Não aceitar avaliar trabalhos de orientadores e orientandos atuais ou recentes, colaboradores próximos ou colegas de bolsa.

– Declarar envolvimento com o trabalho ou com sua apresentação quando procedente e fornecer detalhes de sua participação.

– Declarar, caso já tenha avaliado o artigo para outra publicação. Se o editor ainda assim convidá-lo para o trabalho e o comentarista externo sentir-se confortável em realizá-lo, a avaliação deve ser feita novamente, já que existe a possibilidade de haver alterações entre as duas apresentações.

– Não aceitar avaliar um artigo apenas para ter acesso a ele, sem intenção de avaliá-lo.

– Escusar-se da tarefa caso seja solicitado a avaliar um artigo similar a algum trabalho que esteja preparando ou para o qual esteja pleiteando publicação em outro periódico.

– Não aceitar avaliar um artigo caso possua questionamentos quanto ao modelo de avaliação da RLPF, que poderiam influir em sua avaliação ou invalidá-la devido a sua impossibilidade de seguir as políticas da publicação.

Ao conduzir a avaliação, o comentarista externo deve:

– Notificar e consultar a Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental imediatamente caso venha a descobrir um conflito que não estava inicialmente aparente ou qualquer outra questão que possa impedi-lo de fornecer uma avaliação criteriosa e imparcial.

– Abster-se de ler o artigo ou material associado caso esteja aguardando instruções da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental relativas a questões que podem levar ao cancelamento do pedido de avaliação.

– Ler cuidadosamente o artigo, material complementar e instruções da RLPF; caso sejam necessários maiores esclarecimentos, entrar em contato com a mesma solicitando quaisquer itens ausentes ou incompletos que julgar necessários para a avaliação completa.

– Não envolver terceiros na avaliação sem antes obter o consentimento do Editor Responsável da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental.

– Manter todos os detalhes do artigo e da avaliação em sigilo.

– Informar o Editor Responsável da RLPF caso as circunstâncias impeçam a entrega da avaliação dentro do prazo estipulado e oferecer uma estimativa precisa do tempo necessário para finalizá-la, caso ainda seja solicitado a fazê-lo.

– Notificar o Editor Responsável da RLPF imediatamente caso encontre irregularidades, tenha preocupações relativas a aspectos éticos do trabalho ou suspeite de má conduta durante a pesquisa, a redação ou a entrega do artigo. As apreensões do comentarista externo devem permanecer em sigilo e este não deve conduzir uma investigação pessoal a menos que seja consultado a esse respeito pela RLPF.

– Não prolongar intencionalmente o processo de avaliação, seja adiando sua entrega, seja solicitando informações adicionais desnecessárias relativas ao periódico ou ao autor.

– Assegurar-se que sua avaliação baseia-se nos méritos do trabalho e que não é influenciada, seja positiva ou negativamente, por questões pessoais, econômicas, ou demais considerações conflitantes, bem como por preconceitos intelectuais.

– Incluir na avaliação o nome de todos aqueles que, com a permissão do periódico, contribuíram para sua realização, de modo que sejam associados ao artigo nos anais da publicação e recebam os devidos créditos por seu trabalho.

– Não contatar os autores diretamente sem a permissão explícita do Editor Responsável da RLPF.

Ao preparar o relatório, o comentarista externo deve:

– Ter em mente que o editor está buscando nele conhecimento sobre o tema, discernimento e uma avaliação honesta e criteriosa dos pontos fortes e fracos do artigo.

– Deixar claro no início da avaliação caso tenha sido solicitado a abordar apenas partes específicas ou aspectos específicos do artigo, indicando quais são estes.

– Seguir as instruções da RLPF quanto ao feedback específico que lhe é solicitado e quanto à forma de organização do mesmo; publicações diferentes possuem demandas diferentes para seus pareceristas.

– Ser objetivo e construtivo nas avaliações e não fazer comentários pessoais depreciativos ou acusações infundadas.

– Em justiça aos autores, ser específico em suas críticas e fornecer evidências apropriadas com as devidas referências para sustentar declarações gerais, tais como “esse trabalho já foi realizado anteriormente”, de forma a auxiliar o Editor Responsável em sua avaliação e decisão.

– Lembrar-se que o artigo é do autor, e não tentar reescrevê-lo no estilo de sua preferência caso ele esteja basicamente claro e bem construído.

– Deixar claro quais investigações adicionais sugeridas são essenciais para apoiar argumentos presentes no artigo e quais teriam apenas o papel de fortalecer ou ampliar o trabalho.

– Não redigir o relatório ou incluir comentários de modo a sugerir que a avaliação foi realizada por outra pessoa.

– Garantir que o relatório não provoque reflexos ruins ou injustos em terceiros.

– Abster-se de fazer comentários negativos injustos ou incluir críticas injustificadas ao trabalho de concorrentes mencionados no artigo.

– Assegurar-se que seus comentários e recomendações ao editor sejam consistentes com seu relatório para os autores; comentários confidenciais ao editor não devem ser um espaço para denegrir autores ou fazer falsas acusações, valendo-se do fato de que os autores não têm acesso a eles.

– Sugerir a inclusão de citações de trabalhos do comentarista externo (ou de seus associados) apenas por razões legítimas, e não meramente para aumentar a contagem de citações do comentarista externo (ou de seus associados) ou para aumentar a visibilidade de seu trabalho (ou de seus associados).

– Caso seja também editor de uma publicação e decidir fornecer uma avaliação do artigo, fazê-lo de forma transparente, sem esconder-se por trás de uma avaliação anônima.

Após a avaliação, o comentarista externo deve:

– Caso seja solicitado pela Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, responder prontamente a questões relacionadas à avaliação do artigo e fornecer as informações requisitadas.

– Entrar em contato com o periódico se algo relevante que possa afetar seu feedback e suas recomendações originais surgir após a entrega da avaliação.

– Ler as avaliações de outros pareceristas quando fornecidas pela Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental para melhorar sua própria compreensão do tema e das recomendações propostas.

– Procurar atender aos pedidos da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental para revisar avaliações ou reavaliar novas apresentações de artigos já avaliados anteriormente