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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 10, número 2, março de 2007   SUMÁRIO / CONTENTS
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Editorial

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1. A política do erotismo na maturidade feminina: um estudo sobre as relações entre os estados hipocondríacos e melancólicosRegina Maria Guisard Gromann Este artigo enfoca as relações entre estados hipocondríacos e melancólicos presentes na passagem da maturidade feminina, isto é, no período do climatério e da menopausa, atravessado pela perda radical da capacidade biológica da procriação. Salienta-se o pathos feminino nesta etapa e a necessidade da mulher estabelecer uma nova política erótica que surge do seu corpo em transição, por meio da reedição pré-edípica e edípica vivida a partir da regressão e da transferência no processo analítico.Palavras-chave: Psicanálise, hipocondria, melancolia, erotismo, menopausa.Artigo Completo

2. A difícil trajetória da mulher no patriarcalismoAmnéris Maroni Abordo a “inveja do pênis” a partir de duas escolas de psicologia profunda: a psicanálise e a psicologia analítica. Interessa-me, sobretudo, o desenvolvimento emocional e mental dessas mulheres. Enfatizo três categorias: o furor julgador, o pensamento penetrante e o pensamento acolhimento. Essas três modalidades de experiência emocional e mental estão referidas, no artigo, ao real, à realidade interna e externa. O furor julgador desencadeia, através de opiniões irrefletidas e tradicionais, ataques à realidade externa e interna, ataques aos elos de ligação. O pensamento penetrante tenta inquirir, penetrar nos segredos da realidade vista como ambígua, indiscriminada, obscura, inconsciente. Com o pensamento acolhimento o real é colhido na própria fonte; o real se dá (con)junto ao pensamento.Palavras-chave: Inveja do pênis, animus negativo, complexo materno, furor julgadorArtigo Completo

3. Para pensar o afetoAluisio Pereira de Menezes Apresentação de um conjunto de formulações relativas ao “afeto” anteriores ao surgimento da psicanálise. Dificuldade da psicanálise em construir uma concepção propriamente psicanalítica. Contribuição da fenomenologia de Husserl para o estudo do afeto. Atualidade das concepções do afeto marcadas pelas neurociências. As maneiras principais de ver o problema da conceituação do afeto no pensamento psicanalítico.Palavras-chave: Afeto, psicopatologia, fenomenologia, concepção psicanalítica do afetoArtigo Completo

4. Esperança não é esperar, é caminharZeferino Rocha Depois de uma breve introdução na qual são definidos o objetivo e o roteiro do artigo, o autor comenta, na primeira parte, dois fragmentos de Heráclito de Éfeso, como ponto de partida para uma abordagem filosófica da esperança, e, em seguida, define seu papel e função na dinâmica da temporalidade humana. Na segunda parte, são discutidas as possíveis ressonâncias desta visão filosófica da esperança sobre a questão dos ideais, o trabalho do luto e da melancolia, bem como seu papel no tratamento analítico dos assim chamados “clientes sem esperança”.Palavras-chave: Esperança, temporalidade humana, luto, melancolia, pacientes sem esperançaArtigo Completo

5. Crise social extrema, processos identificatórios e resistência psíquicaJamil Zugueib Neto O trabalho se propõe analisar os impactos que uma crise social extrema pode ter sobre a construção identitária e nas condições psíquicas dos cidadãos. Procurou-se identificar quais foram os dinamismos psíquicos e sociais que tiveram relevância para enfrentar o perigo, ultrapassar a crise e, ao final dos combates, nas recomposições de suas vidas. O Líbano foi escolhido, por ter sido cenário de uma longa guerra inter-étnica, onde o povo Druzo esteve no centro das confrontações. Para conhecer esta realidade foram realizadas treze histórias de vida. A análise do material recolhido mostra o papel da memória coletiva e do discurso étnico como propiciadores da coesão grupal. A idealização e as crenças através de suas ideologias, serviram como garantia de sentido na mediação do vivido catastrófico.Palavras-chave: Processos identitários, conflitos étnicos, Líbano, DruzosArtigo Completo

Observando a Medicina“Você pode viver com as vozes em sua cabeça?” De acordo com uma organização internacional de “ouvintes”, a resposta é simMônica Teixeira O texto que publicamos nesta edição da Revista chamou a atenção dos editores por informar sobre a existência de uma organização, de origem européia, denominada “Hearing Voices Network” – Rede dos que ouvem vozes. Criada nos anos 1990, a rede está em 15 países; por iniciativa dela, pessoas que ouvem vozes se reúnem para conversar sobre a experiência – há 170 grupos só na Grã Bretanha. Para a HVN, o preceito fundamental é: vozes são para conviver e não para erradicar.Artigo completo

Você pode viver com as vozes em sua cabeça?Daniel B. Smith Ângelo, um cientista londrino pela casa dos trinta, de cabelos castanho-avermelhados, óculos de metal redondos e uma leve e discreta gagueira, relembra vividamente o dia em que começou a ouvir vozes. Foi no dia 7 de janeiro de 2001; ele tinha acabado de fazer os exames orais de seu doutoramento em química em uma universidade americana, onde havia conduzido pesquisa sobre eletromagnetismo na faixa do infravermelho nos quatro anos e meio anteriores.

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Observando a PsiquiatriaA catástrofe de KraepelinFernando Portela Câmara A psiquiatria moderna nasce de uma descontinuidade histórica que a leva a uma mudança súbita radical, tendo Kraepelin como o agente dessa transformação. Os fatos analisados mostram que essa mudança manifestou-se como um típico salto qualitativo, sendo analisados sob o método interpretativo da Teoria da Catástrofe.Palavras-chave: Kraepelin, psiquiatria moderna, teoria da catástrofeArtigo Completo

Saúde MentalA clínica da psicose no campo da saúde mental: transferência e desejo do analistaGabriela Rinaldi Meyer O presente artigo procura refletir sobre a clínica da psicose no campo da saúde mental pelo viés da transferência e do que Lacan chamou de desejo do analista. Para isto, são trabalhados fragmentos de dois casos clínicos atendidos numa instituição de saúde mental, o CAPS Clarice Lispector, situado no município do Rio de Janeiro, no território do IMAS-Nise da Silveira. A partir da análise dos dois casos apresentados, a discussão do trabalho gira em torno de uma reflexão sobre a clínica da psicose no contexto institucional e sobre o lugar ocupado pelo psicanalista nesta clínica.Palavras-chave: Clínica da psicose, transferência, desejo do analista, instituiçãoArtigo Completo

Clássicos da Psicopatologia As “loucuras raciocinantes” e a constituição do campo da paranóia na psicopatologia atualMário Eduardo Costa Pereira Esta apresentação tem por objetivo situar o estudo clássico de Sérieux e Capgras sobre as loucuras raciocinantes no contexto da delimitação contemporânea do conceito de “paranóia”. Em particular, discute-se o uso feito por Kraepelin desse célebre trabalho na elaboração de sua própria definição de paranóia, apresentada na oitava edição de seu Tratado de Psiquiatria, de 1915.Palavras-chave: Sérieux, Capgras, loucuras raciocinantes, paranóiaArtigo Completo

EnsaioAs “loucuras raciocinantes”. O delírio de interpretaçãoP. Sérieux et J. Capgras Durante muito tempo na França os estados psicopáticos – agudos ou crônicos, primitivos ou secundários, com ou sem enfraquecimento intelectual – foram agrupados sob o mesmo nome de “Delírios sistematizados” e, em países estrangeiros, sob o nome de “Paranóia”. De uma forma aproximativa, esses estados são caracterizados pela organização de um conjunto mais ou menos coerente de concepções delirantes, espécie de romance fantasioso ou absurdo que se torna a expressão indiscutível da realidade para seu autor.

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História da PsiquiatriaO banzo e outros males: o páthos dos negros escravos na Memória de Oliveira MendesAna Maria Galdini Raimundo Oda Este artigo analisa o estudo sobre o tráfico negreiro e as doenças dos escravos, escrito por Luis Antonio Oliveira Mendes, em 1793.Palavras-chave: Negros escravos – psicopatologia – Brasil, escravos – doenças – tráfico negreiro, medicina e escravidão, Luis Antonio de Oliveira MendesArtigo Completo

EnsaioLuis Antonio de Oliveira Mendes    Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a costa d’África e o Brasil (1812)

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Resenha de livros Luis Eduardo Prado de Oliveira    Extraviada

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